domingo, dezembro 11

Mixed Feelings

Não me sais da cabeça. Danças entre as minhas fendas sinápticas estoirando a pouca sanidade que me resta. Invades cada bocadinho de mim como uma praga contagiando tudo o que sou eu. Estremeces o meu mundo, arrepias os meus sentidos e nada disto me agrada. Quero-te soltar de dentro de mim, expelir-te como se nada me fosses se não um reles incómodo.

Quero-te e o problema reside aí. Nessa pequena palavra e toda a sua carga. O querer-te é o microorganismo que me invade, que distorce a minha visão frouxa da realidade, o corpo estranho com que as minhas defesas se debatem. Mas não és apenas "qualquer coisa" e luto contra ti sem resultados positivos. És inteligente e prendes-te de maneira a ficar.

Se não consegues vencê-los junta-te a eles segundo oiço dizer. Mas e se o teu único propósito é o distúrbio de tudo o que me mantém à superfície, à tona? E se não te queres alojar? E se me abandonares o corpo se eu te der as boas vindas de braços abertos? A verdade mesmo é que a tua presença que me causa tanto desagrado impulsiona-me a enfrentar o mundo à medida que te enfrento a ti.

Peço-te que fiques então mais um pouco. Ainda não descobri ao certo se me fazes mais bem que mal. Se me tornas mais forte ou mais fraca. Se me dás febre ou uma paixão intensa pela vida que me incendeia... Fica. Sem promessas, sem expectativas. Mas por favor, fica.

Sem comentários:

Enviar um comentário